C U I D A D O
U I D A D O C
I D A D O C U
D A D O C U I
A D O C U I D
D O C U I D A
O C U I D A D
O raio cairia de qualquer forma. Acertaria sua torre mais alta
e lançaria os dois para certa queda incerta. Abalaria seu mundo e explodiria tudo
aquilo em que acredita, quebrando-se e caindo os cacos.
Apenas aquilo que é real permanece.
O terremoto viria de qualquer forma. Levaria suas sólidas
bases e lançaria os dois para uma inconfortável prisão de pedra e concreto.
Estremeceria seu mundo e faria com que tudo aquilo que fosse dado como certo
ruísse debaixo para cima, do bem construído alicerce ao teto.
Apenas aquilo que é real permanece.
O fogo viria de qualquer forma. Danificaria suas fortes
paredes e sufocaria os dois em fumaças e cinzas. Queimaria seu mundo e faria
com que tudo aquilo que fosse dado como correto se consumisse nas chamas de sua
própria paixão.
Apenas aquilo que é real permanece.
O mar viria de qualquer forma. As ondas bateriam contra suas
estruturas e derrubaria os dois para uma gelada e profunda mudança. Inundaria
seu mundo e faria com que tudo aquilo que fosse dado por imutável encontrasse
uma correnteza de incertezas.
Apenas aquilo que é real permanece.
A brisa veio ao amanhecer;
O chão se fez firme ao amanhecer;
O fogo destruidor se apagou ao amanhecer;
As ondas recuaram ao amanhecer;
E novamente, como sempre, podemos construir nosso sagrado
refúgio. Para que enfim, seja destruído e o ciclo de fraqueza nos faça mais
forte.
E a torre? Quanto mais poderosa e forte, maior a tempestade.
